O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 185 / 286

Após uma hesitação, que todos compreenderão, retomei a coragem... e a minha estrada, com a espingarda inútil debaixo do braço.

A obscuridade da floresta tinha sido medonha, mas pior ainda era o luar branco e baço na clareira dos iguanodontes. Oculto atrás de uma moita, contemplei-a. Nenhum dos grandes brutos com que traváramos conhecimento se mostrava à vista. Talvez a tragédia que se abatera sobre um deles os tivesse decidido a partir para outro sítio! Nesta noite brumosa e prateada, nada dava sinal de vida. Afoitei-me, portanto, atravessei rapidamente a clareira e segui o ribeiro através da selva. Que alegre companheiro eu ali tinha! Grugulejava, cantava como aquele querido ribeiro de trutas da minha terra onde, na infância, tantas vezes fora pescar de noite. Seguindo-o, chegaria seguramente ao lago. E seguindo-o no regresso, reencontraria não menos seguramente o Forte Challenger. Perdia-o muitas vezes de vista quando ele corria sob as moitas e outra vegetação, mas a sua música cristalina atraía-me invencivelmente na sua direcção.

À medida que descia a encosta, os bosques tornavam-se mais claros, e os arbustos que rodeavam ocasionalmente grandes árvores tinham substituído a floresta. Avancei, pois, rapidamente porque podia ver sem ser visto. Ao passar próximo do pântano dos pterodáctilos, fez-se ouvir um grande batimento de asas. Um daqueles grandes animais (a sua envergadura podia atingir oito metros) havia levantado voo não longe dali e planava nos ares. Passou entre a Lua e eu: o luar brilhava através das suas asas membranosas; dir-se-ia um esqueleto voador.





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