O Mundo Perdido - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 253 / 286

Um dia, de ramo de palmeira na mão e seguido pelo cortejo habitual das suas devotas, levou-nos à sua oficina secreta e iniciou-nos nos seus planos.

O local era uma pequena clareira no centro de um bosque de palmeiras; nesta clareira havia um géiser de lama em ebulição; à volta deste géiser achavam-se espalhadas várias correias de couro cortadas em pele de iguanodonte; havia também uma grande bexiga esvaziada, a qual era o estômago seco e raspado de um dos lagartos-peixes do lago. Este saco fora cosido numa das extremidades mas na outra subsistia um orifício estreito. Nesta abertura haviam sido enfiadas várias canas de bambu. Challenger adaptou a ponta das canas a funis cónicas de terra, os quais colectavam o gás que formava bolhas na lama do géiser. A bexiga flácida começou a encher-se lentamente e a testemunhar um tal apetite de evasão que Challenger atou as correias que a retinham aos troncos das árvores circundantes. Decorrida uma meia hora, ficara constituído um saco de gás de bom tamanho, e a forma como ele puxava pelas cordas dizia muito acerca da sua força ascensional. Challenger, qual pai satisfeito com o primogénito, mantinha-se imóvel e sorria; acariciava silenciosamente a barba; sentia-se orgulhoso da sua obra. Summerlee quebrou o encanto.

- Não tem a intenção de fazer-nos subir nesse objecto Challenger? - perguntou com voz azeda.

- Tenho a intenção, meu caro Summerlee, de proceder a uma tão deslumbrante demonstração das suas possibilidades que, depois de a ela ter assistido, não mais hesitará em confiar nele.





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