O Mundo Perdido - Cap. 17: Capítulo 17 Pág. 278 / 286

«O Doutor Illingworth, rindo: -Naturalmente!»

"Foi nesse momento que aconteceu a sensação da noite: uma sensação de um carácter tão dramático que não tem precedente na história das assembleias científicas. O Professor Challenger levantou uma mão para dar um sinal: logo de seguida o nosso confrade Mr. D. Malone se pôs de pé e se dirigiu para o fundo do estrado. Um instante mais tarde reapareceu na companhia de um preto gigantesco; ambos transportavam uma enorme caixa quadrada. Era evidentemente muito pesada. Foi levada lentamente para junto do Professor Challenger. O silêncio caiu de chofre sobre a assistência. O Professor Challenger afastou o lado superior da caixa (era uma tampa corrediça), olhou para o interior e fez estalar várias vezes os dedos. Da tribuna da imprensa ouvimo-lo chamar com voz meiga:

"Vamos, sai! Sai, pequenino!" Quase de imediato, com um ruído de matraca, apareceu um animal perfeitamente horrível e repugnante que poisou na borda da caixa. Até a queda do Duque de Durham na fossa da orquestra não conseguiu desviar a atenção do público petrificado. As fauces daquela criatura assemelhavam-se à mais horrenda gárgula que uma imaginação medieval pudera conceber numa hora de loucura. Era má, horrível, com dois olhinhos vermelhos que luziam como carvão em combustão. As espáduas eram abauladas; em torno delas enrolava-se algo que lembrava um xaile cinzento emurchecido. Era o diabo da nossa infância em pessoa. E, de súbito, toda a assistência foi invadida por uma grande perturbação: pessoas gritam, duas damas da primeira fila caíram desmaiadas da poltrona e no estrado esboçou-se um movimento geral para acompanhar o presidente na fossa da orquestra.





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