Para minha grande surpresa, ele inclinou-se, levantou-a com os braços e fê-la sentar-se num soco alto de mármore negro a um canto do vestíbulo. Este soco media, pelo menos, dois metros e era tão estreito que ela só dificilmente podia manter o equilíbrio. Nada mais ridículo do que o espectáculo da sua cara convulsionada de raiva, dos seus pés a bater no vazio e do seu busto petrificado com receio de uma queda.
- Tira-me daqui! - gemeu ela.
- Diz «se fazes favor!"
- Bruto nojento! Tira-me daqui imediatamente!
- Venha ao meu escritório, Mr. Malone...
- Na verdade, senhor... - arrisquei eu, apontando para a dama.
- Mr. Malone argumenta a teu favor, Jessie. Diz «se fazes favor», e ver-te-ás logo cá em baixo.
- Bruto! Bruto! Se fazes favor! Se fazes favor! Apeou-a como se se tratasse de um canário.
- Tens de portar-te bem, querida. Mr. Malone é um jornalista. Amanhã irá contar tudo isto na sua folha de couve e venderá mais uma meia dúzia aos nossos vizinhos: «A estranha história de uma vida nas altitudes» ... Porque tu sentias-te em altitude neste soco, não é verdade? Depois um subtítulo: «Algumas notas sobre um casal singular." Mr. Malone alimenta-se de imundícies! Pasta detritos, como todos os da sua espécie ...porcus ex grege diaboli... um porco do rebanho do diabo. Não é verdade, Malone? Hem?
- O senhor é realmente intratável! Desatou a rir.
- Vamos coligar-nos em breve, hem? - rugiu, fixando alternadamente a mulher e a mim.
Arqueou o torso enorme e depois, de súbito, a sua entoação transformou-se:
- Desculpe-me esta frívola brincadeira familiar, Mr. Malone.