- No seu lugar eu não o faria, senhor.
- E porque não?
- Porque ele não é, de modo algum, o trapaceiro que o senhor julga.
- O quê! - rugiu McArdle. - Não vai dizer-me que acredita nas suas histórias de mamutes, de mastodontes e de grandes serpentes voadoras?
- Não lho direi porque nada sei. Não creio, aliás, que ele emita teorias sobre estes pontos precisos. Mas no que acredito é que descobriu algo de novo.
- Nesse caso, meu velho, escreva, pelo amor de Deus!
- Nada me agradaria mais, mas tudo quanto soube foi-me dito sob sigilo e com a condição de eu nada publicar...
Resumi nalgumas frases a narrativa do professor. McArdle parecia terrivelmente incrédulo.
- Bom! - disse por fim. - A propósito da reunião científica desta noite, não está sujeito a sigilo, pois não? Não acho que outros jornais se interessem por ela, porque Waldron limitar-se-á a repetir o que já declarou milhares de vezes e ninguém sabe que Challenger estará presente e falará. Com um pouco de sorte, podemos arranjar um belo exclusivo. De qualquer modo, estará lá e vai trazer-nos um relato. Reservar-lhe-ei lugar para a meia-noite.
Tive um dia muito ocupado. Jantei cedo no Clube dos Selvagens com Tarp Henry, a quem contei parte das minhas aventuras. Escutou-me com um sorriso indulgente e céptico, até ao momento em que desatou a rir quando lhe confessei que o professor me havia convencido.
- Meu caro amigo, na vida real as coisas não se passam assim.
As pessoas não fazem descobertas sensacionais para logo a seguir perderem as respectivas provas.