O Mundo Perdido - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 76 / 286

Agora temos aqui um instrumento banal: vista telescópica, ejector duplo, tiro sem correcção até trezentos e cinquenta metros. É a espingarda de que me servi contra os tiranos do Peru há três anos. Eu era o flagelo do senhor nalguns recantos, se ouso dizê-lo, e, no entanto nada lerá a respeito em nenhum livro azul. Em certos dias, bebé, temos de erguer-nos pelo Direito e pela Justiça, sem o que não nos sentimos limpos! Eis porque tive algumas aventuras pessoais. Decididas por mim, corridas por mim, terminadas por mim. Cada um destes entalhes representa um morto: uma bela fileira, hem? Aquela profunda ali é para Pedro Lopez, o rei de todos; matei-o num braço do Putomayo... Cá está uma coisa que é muito boa para si...

Pegou numa magnífica espingarda castanha e prata.

- Bom gatilho, visor correcto, cinco cartuchos no carregador.

Com ela terá ossos velhos!

Passou-ma e voltou a fechar a porta do armário de carvalho.

- Afinal - perguntou-me - o que é que sabe do Professor Challenger?

- Nunca o tinha visto antes de hoje.

- Eu também não. Não deixa de ser divertido pensar que vamos ambos embarcar sob as ordens, seladas, de um homem que não conhecemos. Dá-me a impressão de um velho pássaro arrogante. Os seus irmãos da ciência não parecem gostar muito dele! Como veio a interessar-se sobre este assunto?

Narrei-lhe abreviadamente as minhas experiências da manhã, que ouviu com uma atenção intensa. Depois pegou num mapa da América do Sul e abriu-o em cima da mesa.

- Creio que tudo o que ele lhe disse é verdade - afirmou com calor. - E, que isto não lhe desagrade, se falo assim é porque possuo boas razões para fazê-lo.





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