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Capítulo 14: 7 - A Conclusão

Página 124
Vi as pegadas fundas do polícia, mas também vi as pegadas dos dois homens que atravessaram o jardim em primeiro lugar. Era fácil dizer que eram anteriores às outras, porque nalguns sítios as pegadas deles tinham sido completamente destruídas pelas outras que se lhes sobrepuseram. Assim se formou o meu segundo elo, que me dizia que os visitantes nocturnos eram dois: um extraordinariamente alto (como calculei pelo comprimento da passada) e o outro elegantemente vestido, a julgar pela marca pequena e elegante deixada pelas botas.

»Ao entrar em casa, esta segunda ilação confirmou-se. O homem bem calçado jazia à minha frente. Então, o alto perpetrara o crime de morte, se de assassínio se tratava. Não havia ferimentos no corpo do morto, mas a expressão agitada no seu rosto garantiu-me que ele previra o seu destino antes de ser surpreendido. Os homens que morrem de doenças cardíacas, ou de qualquer causa natural, nunca apresentam perturbação no rosto. Tendo cheirado os lábios do morto, descobri um odor ligeiramente acre e cheguei à conclusão de que ele fora forçado a ingerir veneno. Uma vez mais demonstrei que ele fora obrigado a ingeri-lo por causa do ódio e do medo estampados no seu rosto. Pelo método de exclusão, tinha chegado a este resultado, porque nenhuma outra hipótese ia ao encontro dos factos. Não pense que era uma opinião sem precedentes. A administração violenta de um veneno não é de modo nenhum uma novidade nos anais do crime. Os casos de Dolsky em Odessa e de Leturier em Montpellier vêm logo ao espírito de qualquer toxicólogo.

»E agora surgia o grande problema relacionado com o móbil. O roubo não fora o objectivo do assassínio, porque não tiraram nada. Então, seria a política, ou seria uma mulher? Este era o problema com que me defrontava. Sentia-me indeciso entre a primeira e a última hipótese. Os assassinos políticos estão desertos por fazer o trabalho e por se porem a salvo. Este assassínio, pelo contrário, fora cometido deliberadamente, e o autor do crime deixara pegadas espalhadas pela sala, mostrando que estivera lá durante todo o tempo.

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pág. 124 (Capítulo 14)

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Capa do livro Um Estudo em Escarlate
Páginas: 127
Página atual: 124

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Primeira Parte: 1 - O Sr. Sherlock Holmes 1
2 - A Ciência da Dedução 10
3 - O Mistério de Lauriston Gardens 21
4 - O que John Rance Tinha para Contar 32
5 - O Nosso Anúncio Traz um Visitante 39
6 - Tobias Gregson Mostra o que Sabe Fazer 46
7 - Luz na Escuridão 55
Segunda Parte: 1 - Na Imensa Planície de Alcali 65
2 - A Flor de Utá 76
3 - John Ferrier Fala com o Profeta 84
4 - Uma Fuga para Salvar a Própria Vida 90
5 - Os Anjos Vingadores 100
6 - Uma Continuação das Memórias do Dr. John Watson 110
7 - A Conclusão 122