Mais ou menos durante a primeira semana não tivemos visitas, e começara a pensar que o meu companheiro era um homem tão solitário como eu. Contudo, passado pouco tempo, descobri que tinha muitos conhecimentos, e nas mais diversas classes sociais. Havia um indivíduo baixo, pálido, com cara de rato, olhos escuros, que me foi apresentado como Sr. Lestrade, e que apareceu três ou quatro vezes numa só semana. Uma manhã visitou-nos uma jovem, elegantemente vestida, que se demorou meia hora ou mais. Nessa mesma tarde apareceu um visitante de cabelo grisalho, andrajoso, que se parecia com um vendedor ambulante judeu, que pareceu muito excitado e que era seguido de perto por uma mulher de certa idade, com ar desmazelado. Noutra ocasião avistou-se com o meu companheiro um cavalheiro idoso de cabelo branco; noutra, um empregado dos caminhos-de-ferro de uniforme de belbutina. Quando qualquer destas estranhas pessoas aparecia, Sherlock Holmes costumava tomar a liberdade de se servir da sala de estar, e eu retirava-me para o quarto. Pedia-me sempre desculpa por me dar aquela maçada.