O Mundo Perdido - Cap. 17: Capítulo 17 Pág. 286 / 286

Assim, vêem, tinha na cabeça uma ideia de diamantes. Construi um dispositivo para me manter fora do alcance desses animais pegajosos e passei um belo dia com uma pequena enxada. Aqui têm o que obtive.

Abriu a velha caixa de charutos e voltou-a: rolaram pela mesa vinte ou trinta pedras brutas, cuja forma variava entre a dum feijão e a de uma avelã.

- Talvez pensem que deveria ter-lhes falado nisto. Sim, deveria.

Mas pensei que existe uma quantidade de armadilhas para os imprudentes: estas pedras, a despeito do seu tamanho, podiam não valer grande coisa; tudo depende da cor, da consistência. Por isso trouxe-as. E assim que cheguei aqui fui visitar o meu joalheiro e pedi-lhe para lapidar uma e avaliá-la.

Tirou da algibeira uma caixa de pílulas, de onde extraiu um magnífico diamante que cintilava: uma das mais belas pedras que eu alguma vez vira.

- Aqui têm o resultado - disse ele. - Avalia o lote num mínimo de duzentas mil libras? Claro que vamos dividir entre nós. Não gostaria de ouvir nem a sombra de um protesto... Diga, Chllenger, o que e que vai fazer com as suas cinquenta mil libras?

- Se persiste na sua. generosidade - respondeu o professor fundarei um museu privado, com que sonho desde sempre.

- E o senhor, Summerlee?

- Abandonarei a cátedra e arranjarei assim tempo para classificar os meus fósseis.

- Eu - acrescentou Lorde John Roxton - empregarei as minhas cinquenta mil libras a organizar uma expedição bem montada e a lançar uma nova olhadela àquele querido velho planalto. E você bebé, naturalmente vai gastá-los com o casamento?

- Ainda não - disse eu com um sorriso triste. - Creio que, se quiser aceitar a minha companhia, preferiria ir consigo.

Lorde Roxton não me respondeu, mas, por cima da mesa, uma mão tisnada estendeu-se na minha direcção.

FIM





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