O Mundo Perdido - Cap. 17: Capítulo 17 Pág. 285 / 286

Havia Challenger com o seu sorriso condescendente, as pálpebras pesadas, os olhos insolentes, a barba agressiva, o torso bombeado; e inchava, bufava, enquanto expunha as suas ideias a Summerlee. E Summerlee, também ali estava com o seu pequeno cachimbo entre o bigode fino e a barbicha grisalha, com a cabeça descarnada a sobressair por cima do pescoço enquanto debatia as propostas de Challenger. Enfim. o nosso anfitrião, com as suas feições aquilinas e os olhos frios, azuis, sempre salpicados de humor nas suas profundezas. Tínhamo-nos reunido no seu santuário (a sala das iluminações rosadas e dos troféus inumeráveis) e Lorde John Roxton tinha algo a dizer-nos. Havia tirado de um armário uma antiga caixa de charutos e colocara-a à sua frente em cima da mesa.

- Há uma coisa - disse - de que talvez devesse ter falado antes,. mas queria saber um pouco mais claramente com o que contava. E inútil fazer nascer esperanças para as desfazer logo a seguir. Mas agora existem factos e não apenas esperanças. Recordam-se do dia em que descobriram a colónia de pterodáctilos no pântano, hem? Ora bem, no solo tinha reparado numa coisa. Talvez lhes haja escapado e, por isso, vou dizê-lo. Era uma cratera vulcânica cheia de argila azul.

Os professores aquiesceram com um sinal de cabeça.

- Bom. Ora bem, no mundo inteiro só vi um sítio onde havia uma cratera vulcânica de argila azul: a grande mina de diamantes de Kimberley; a mina de Beers, hem?





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