O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 43 / 286

O meu companheiro agitou a mão com uma reprovação desdenhosa. - A clavícula humana é encurvada. Este osso é direito e sobre a sua superfície há uma ranhura que mostra que um grande tendão o atravessava, o que não acontece no caso da clavícula.

- Nesse caso confesso que ignoro o que se trata.

- Não há motivo para sentir vergonha da sua ignorância, porque não existem muitos sábios capazes de dar-lhe um nome:.- Tirou da caixa de pílulas um ossinho com o tamanho de um feijão. - ...Tanto quanto posso avaliar, este osso humano é o homólogo daquele que está na sua mão. Aí tem o que muito lhe conta sobre o tamanho do animal em causa! A cartilagem revela-lhe igualmente que não se trata de um fóssil, mas de um espécime recente vivo. O que tem a dizer a isto?

- Certamente num elefante...

Ele soltou um verdadeiro grito de dor.

- Ah, não! Não fale de elefantes na América do Sul. Mesmo na escola primária...

- Ora bem - interrompi -, um qualquer grande animal da América do Sul; um tapir, por exemplo...

- Fique a saber, meu jovem, que as bases elementares da Zoologia não me são estranhas... Isto não é um osso de tapir e não pertence, aliás, a qual quer outra criatura conhecida. Isto pertence a um animal muito grande, muito forte, portanto muito feroz, que existe à superfície da terra e que ainda não veio apresentar-se aos sábios. Está convencido?

- Prodigiosamente interessado, pelo menos.

- Então o seu caso não é desesperado. Sinto que algures dentro de si se dissimula a razão.





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