No outro o mundo envolveu na imensa teia!
Pareceu bem minguada e coisa pouca,
Quando com Cristo se assentou à ceia…
No outro dia chamava-se Martírio…
Alma depois… depois chamou-se Empíreo!
Vai indo e vai varrendo a casa imunda
Que se chama passado - e faz o novo
Da poeira, inda ontem infecunda,
E que já amanhã se chama Povo.
É ela quem destrói e quem inunda;
E, entre as ruínas, faz chocar um ovo
Onde se agita um feto, hoje inda escuro,
Mas que é aurora e luz… porque é Futuro!
É gosto ver os tronos abalados
Por essa férrea mão, e ver os cultos
Por terra, e entre os altares alastrados,
Ver sob eles no pó deuses sepultos!
Ver os nomes dos grandes apagados,
E as sombras dos heróis cheias de insultos…