Odes Modernas - Cap. 17: CAPÍTULO VII - AOS MISERÁVEIS Pág. 94 / 143

faz-se nada, e a si se apouca…

No outro o mundo envolveu na imensa teia!

Pareceu bem minguada e coisa pouca,

Quando com Cristo se assentou à ceia…

No outro dia chamava-se Martírio…

Alma depois… depois chamou-se Empíreo!

Vai indo e vai varrendo a casa imunda

Que se chama passado - e faz o novo

Da poeira, inda ontem infecunda,

E que já amanhã se chama Povo.

É ela quem destrói e quem inunda;

E, entre as ruínas, faz chocar um ovo

Onde se agita um feto, hoje inda escuro,

Mas que é aurora e luz… porque é Futuro!

É gosto ver os tronos abalados

Por essa férrea mão, e ver os cultos

Por terra, e entre os altares alastrados,

Ver sob eles no pó deuses sepultos!

Ver os nomes dos grandes apagados,

E as sombras dos heróis cheias de insultos…





Os capítulos deste livro