A Brazileira de Prazins - Cap. 7: CAPÍTULO VI Pág. 58 / 202

- Um homem, o caneta de braga, o chapeleiro, com uma carta - anunciou senhorinha - só a entrega em mão própria ao senhor abade.

Que entrasse.

O rei e o visconde meteram-se à alcova, simulando receios.

Era uma carta do abade de priscos, bispo eleito de Coimbra. Tinha a honra de enviar a el - rei cem peças, donativo que as senhoras botelhas, de braga, ofereciam de joelhos a S. M. F., e diziam que todos os seus haveres estavam às ordens de el-rei seu senhor.

E entregou dois grossos cartuchos, cintados por fitas cruzadas de seda escarlate. E o caneta muito pontual:

- Queria um recibinho, se lhe não custa, reverendo senhor abade.

- Venha daí que eu passo-lhe o recibo.

Os dois saíram da alcova. Os rolos estavam sobre a mesa. Eles tinham ouvido falar em recibo. O visconde nunes, esgazeando os olhos, foi apalpar o embrulho, e muito baixinho:

- Arame! Pesa que tem diabo! É ouro! Começa a pingadeira! Vês?

O outro arregalou os olhos e deitou a língua de fora quanto lhe foi possível. Nem parecia um rei!





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