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Capítulo 11: CAPÍTULO X

Página 84
CAPÍTULO X

O Cerveira lobo saíra, com o Zeferino, para braga na sexta-feira de manhã. Estariam aqui até à madrugada de sábado, e partiriam então para a póvoa de Lanhoso com os três contos de reis, repartidos em libras pelas algibeiras dos dois. Além de um criado de velha libré, avivada de azul, de botas de prateleira e chapéu de sola, levavam bacamartes nos arções dos selotes, todos três. Foram descansar e jantar à hospedaria dos dois amigos. O Cerveira vestia casaca no trinque muito lustrosa, e gravata de cambraia com laço; o peitilho postiço atado ao pescoço saía muito rijo de goma reles de entre as lapelas derrubadas do colete de veludo preto. A calça de pregas, ampla, à cavalaria, afunilava-se no artelho, quebrando no peito do pé. As botas de polimento novas rangiam e as esporas amarelas no tacão, com grandes rosetas, tilintavam num estardalhaço de caserna. Comprara chapéu de pasta com molas que faziam saltar a copa, e enchiam como uma bexiga, que parecia pantominice das comédias, dizia o Zeferino.

Às quatro horas o fidalgo de quadros e mais o pedreiro sentaram-se à mesa redonda. Já constava em braga que estava ali o Cerveira lobo, que desde 1835 não saíra da casa-solar de Vermoim. Alguns primos visitaram-no; as famílias legitimistas, e principalmente senhoras velhas, mandavam-lhe bilhetes.

Dizia o Zeferino que o incomodavam tantas etiquetas, que estava morto por se safar, não estava para lérias: que as tais senhoras sotomaiores, as peixotas e as Meneses deviam ser mais velhas que a sé, uns estafermos. Ele segredava ao ouvido do Zeferino coisas, ratices suas em braga, quando era rapaz. - que fizera um destroço nas primas, tudo pelo pó do gato. Que pagara bem o seu tributo à asneira; e casquinava com vaidade paparreta, carregando-lhe a mão no verde.

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Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 84

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196