Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: CAPÍTULO XI

Página 101
CAPÍTULO XI

O Torcato, antes de entrar em casa, foi à residência. Ia misterioso, circunvagava uns olhares cautelosos: - se ninguém o ouviria? - perguntava ao abade Mairos.

E o abade, entrepondo as cangalhas nas páginas do breviário: - pode falar, que estou sozinho. Que é?

- D. Miguel I está em Portugal - disse, curvando-se-lhe ao ouvido, com uma voz gutural.

- Você que me diz?! Como sabe isso? Pataratas!

- Chego agora do porto; estive com o escrivão fidalgo, o ferreira rangel, e com o abade Gonçalo Cristóvão. El-rei está nesta província. Desconfia-se que é em braga, e o José alvo Balsemão disse-me que talvez eu o visse brevemente no nosso concelho, porque o levantamento há de começar por aqui.

- Que me diz você, amigo Torcato? - sacudia os braços, fazia estalar os dedos como castanholas, tinha gestos mudos de exultação extática - que ia escrever ao abade de priscos, que indagasse, que aparecesse... - É preciso trabalhar, preparar os ânimos...

- Chitão! - acudiu o nunes com o dedo a prumo sobre o nariz. - nada de espalhafato! Não ferva em pouca água, abade. Se der à língua, esbarronda-

se o negocio. O rei só há de aparecer aos seus amigos quando os generais entrarem pela Galiza. Não fala a ninguém; não se dá a conhecer. Diz que só falara em lisboa com o conde de pombeiro e com o Bobadela, e no porto com o José António, o morgado do bom jardim, e mais com o padre luís do torrão... O abade conhece.

- Pois não conheço? Como as minhas mãos; é o vice-rei nas províncias do norte... O nosso bom padre luís de sousa, que pelos modos está nomeado patriarca de lisboa... Que pechincha, hem?

- É esse mesmo... Bem! Até logo; vou ver a mulher e os filhos a casa, que ainda lá não fui. Um abraço, amigo abade! Parabéns! A choldra vai cair! Vida nova! Daqui a um mês está todo esse Minho em armas, e ei rei à frente dos seus vassalos.

<< Página Anterior

pág. 101 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 101

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196