Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 22: CONCLUSÃO

Página 196
CONCLUSÃO

Marta regressou com D. Teresa, alguns dias depois. O brasileiro conveio no tratamento hidropático da esposa; e a compadecida irmã do vigário ofereceu-se como enfermeira da pobre senhora que se abraçava nela com medo imbecil, a pedir-lhe que a não deixasse, que a defendesse do missionário.

D. Teresa assistiu ao nascimento da primeira filha de marta. Imaginava a irmã do vigário que no espírito da mãe se havia de operar uma benigna mudança; que o amor à filha seria diversão à saudade de José Alves; mas a medicina não esperava alteração sensível, porque era matéria corrente nos tratados alienistas que um cérebro lesado não se restaura sob a impressão do amor maternal, que só atua nas organizações normais. Porém, D. Teresa não podia crer que marta estivesse confirmadamente louca, posto que nas suas conversações em que, raras vezes, se interessava, disparatasse, afirmando que via a alma de José Alves, como quem conta um caso trivial.

Quando lhe mostraram a filha recém-nascida, contemplou-a alguns segundos; mas nem balbuciou uma palavra carinhosa, nem fez gesto algum de contentamento. A amiga dizia-lhe coisas muito meigas da filhinha, a ver se lhe espertava o coração. Punha-lha nos braços, dava-lha a beijar. Marta cedia com tristeza e constrangimento. Beijando a filha como se fora uma criança alheia.

A ama ia dizer às criadas que a brasileira era uma cafra, que não podia ver o anjinho do céu.

Os paroxismos eram menos frequentes; mas, três dias antes do ataque, a torvação de marta manifestava-se com extravagâncias, delírios. Fechava-se no quarto com muitos vasos de flores, que enfileirava no sobrado, como se ajardinasse um passeio. Uma vez disse a D. Teresa, à madrinha da sua filha, que arranjara aquele caminho de rosas, porque o seu José Alves lhe dissera em Prazins que havia de fazer-lhe um jardim em Vilalva quando casassem, e ela fizera aquele jardim para passearem juntos quando ele viesse à noite.

<< Página Anterior

pág. 196 (Capítulo 22)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Brazileira de Prazins
Páginas: 202
Página atual: 196

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I 9
CAPÍTULO II 15
CAPÍTULO III 21
CAPÍTULO IV 32
CAPÍTULO V 46
CAPÍTULO VI 52
CAPÍTULO VII 59
CAPÍTULO VIII 67
CAPÍTULO IX 74
CAPÍTULO X 84
CAPÍTULO XI 101
CAPÍTULO XII 113
CAPÍTULO XIII 121
CAPÍTULO XIV 130
CAPÍTULO XV 141
CAPÍTULO XVI 157
CAPÍTULO XVII 166
CAPÍTULO XVIII 173
CAPÍTULO XIX 182
CAPÍTULO XX 190
CONCLUSÃO 196