CAPÍTULO XV O Simeão de Prazins tinha sido antigamente regedor um ano; depois, caído o ministério e o governador civil que o nomeara, voltou ao poder o Joaquim de Vilalva, cartista puritano, com a restauração da carta. Duas restaurações boas. O Simeão lembrava-se com saudades da sua importância no ano em que governara a freguesia - o respeito dos rapazes recrutados, as considerações dos taverneiros, que davam jogo em casa, das raparigas solteiras que andavam grávidas, a autoridade do seu funcionalismo na junta de paróquia, etc. Ora, como o Joaquim de Vilalva, desgostoso e doente com a morte do filho, pedira a demissão, o administrador nomeou a regedoria no de Prazins. O brasileiro achou que era bom ter de casa a autoridade para maior segurança dos seus cabedais e pessoa. Foi uma desgraça.
Depois do convénio de gramido, Zeferino recolhera às lamelas com alguns dos seus primitivos legionários. Ele tinha passado transes amargos. Juntara-se ao aventureiro Reinaldo macdonnell, em Guimarães, quando o escocês descia do marco de canaveses para braga; esteve nas barricadas da cruz da pedra quando o barão do casal espatifou a resistência daqueles desgraçados iludidos pelo caudilho estrangeiro; foi dos primeiros a fugir por carvalho de este, a compreender a inutilidade da defesa, e por montes e vales deu consigo em porto de ave, e daqui foi para Guimarães, onde se aquartelaram o Macdonell com o seu estado-maior. Logo que chegou foi procurar o tenente-coronel Cerveira lobo, que fazia parte do cortejo do general. Mandaram-no ao palacete do visconde da azenha, onde o escocês se tinha aquartelado com o seu estado-maior. O Cerveira lobo estava a beberricar conhaque velho copiosamente sobre uma ceia farta, comida sem sobressaltos. À