A Origem das Espécies - Cap. 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL Pág. 129 / 524

Além disso, estas duas variedades, sendo apenas formas ligeiramente modificadas, tenderão a herdar as vantagens que tornaram a sua antecessora comum A mais numerosa do que a maior parte dos outros habitantes da mesma região; partilharão igualmente aquelas vantagens mais gerais que tornaram o género a que a espécie antecessora pertencia um género vasto na sua própria região. E sabemos que estas circunstâncias são favoráveis à produção de novas variedades.

Se, portanto, estas duas variedades forem variáveis, a mais divergente das suas variações será em geral preservada nas próximas mil gerações. E, após este intervalo, a variedade a1, segundo o diagrama, supostamente produziu a variedade a2, que, devido ao princípio da divergência, diferirá mais de A do que a variedade a1, A variedade m1 supostamente produziu duas variedades, ou seja, m2 e s2, que diferem entre si e, mais significativamente, da sua antecessora comum A. Podemos continuar o processo, por etapas similares, para qualquer período de tempo; algumas das variedades, após cada mil gerações, produzindo uma variedade apenas, mas numa condição cada vez mais modificada, outras produzindo duas ou três variedades, e outras ainda incapazes de produzir quaisquer variedades. Assim, as variedades ou descendentes modificados, procedendo da antecessora comum A, continuarão em geral a aumentar numericamente e a divergir em carácter. No diagrama, o processo é representado até à décima milésima geração e, sob uma forma condensada e simplificada, até à décima quarta milésima geração.

Aqui tenho de advertir o leitor de que não creio que o processo decorra de uma maneira tão regular como o diagrama representa, embora em si tornado algo irregular.





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