Rodeando-lhe a cintura com o braço, para o amparar, ela puxou-o para o lado. Descia a escada, tão malcheirosa como o átrio, uma jovem de aspecto pretensioso, que calçava as luvas. Seguia-a um homem de meia-idade, calvo, trajado a rigor, com sobretudo preto, lenço de seda branco e chapéu alto na mão, que passou por eles de lábios cruéis comprimidos, fingindo que não os via. Um chefe de família, a avaliar pela expressão de culpa do olhar. Gordon viu o clarão do bico de gás reflectido na calva. O seu predecessor. Na mesma cama, provavelmente. O manto de Elisha. Bem, Dora, podemos subir! Ah, esta escada! Difficilis ascensus Averni. Ela recomendou-lhe cuidado com os degraus e alcançaram o primeiro patamar. Linóleo preto e branco, como um tabuleiro de xadrez.
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Portas pintadas de branco. Cheiro a despejos e outro, menos activo, a roupa branca mofosa.
Nós por aqui e vocês por ali. Ravelston deteve-se diante da outra porta, dedos pousados no puxador. Não podia... não, não podia continuar. Não podia entrar no horrível quarto. Pela última vez, os seus olhos, como os de um cão prestes a ser chicoteado, voltaram-se para Gordon, com a mensagem: «Devo, devo?» Este fitou-o com gravidade. Em frente, Régulo! Marcha para o teu destino! Atqui sciebat quae sibi Barbara. Preparas-te para cometer um acto extremamente proletário. De repente, com brusquidão surpreendente, o rosto do editor iluminou-se. Exibiu uma expressão de alívio, quase de alegria. Acabava de lhe acudir uma ideia maravilhosa. Com efeito, podia pagar à mulher sem lhe fazer nada! Graças a Deus pela inspiração!