Mas o júbilo que alegrava todos os rostos parecia entristecer a estalajadeira Lefrançois. De pé, sobre os degraus da cozinha, murmurava consigo mesma:
«Que estupidez! Que estupidez aquela barraca de pano! Pensam eles que o prefeito se vai sentir bem a jantar ali, debaixo duma tenda, como se fosse um saltimbanco? E chamam a estas trapalhadas zelar pelos interesses da terra! Para isso não valia a pena terem ido buscar tasqueiro a Neufchâtel! E para quem? Para vaqueiros, para gente de pé descalço!...»
Ia a passar o boticário. Levava uma casaca preta, calças amarelas de nanquim, sapatos de castor e, excepcionalmente, um chapéu baixo.
- Um seu criado! - disse ele. - Desculpe-me, estou com muita pressa.
E, como a corpulenta viúva lhe perguntasse aonde ia:
- Parece-lhe estranho, não é? Eu, que fico sempre mais encafuado no meu laboratório do que um rato no queijo.
- Qual queijo?
- Não, nada! Não é nada! - continuou Homais. - Só queria dizer com isto, Sr.ª Lefrançois, que costumo ficar sempre fechado em casa. Hoje, no entanto, dadas as circunstâncias, tenho mesmo de.