Madame Bovary - Cap. 21: XIII Pág. 233 / 382

Chegaram assim ao fundo do jardim, junto do terraço.

Ela endireitou-se lentamente, colocou a mão por cima dos olhos, para observar; olhou para longe, para muito longe; mas nada havia no horizonte senão grandes fogueiras de mato, fumegando sobre as colinas.

- Vais-te cansar, querida - disse Bovary.

E, empurrando-a levemente para a obrigar a entrar no caramanchão, continuou:

- Senta-te aqui neste banco: assim ficas bem.

- Não! Aí não, aí não! - balbuciou ela apenas.

Sentiu uma vertigem e, a partir daquela noite, agravou-se-lhe de novo a doença, com um ritmo incerto, é verdade, mas com características mais complexas. Tão depressa sofria do coração, como do peito; ora se queixava do cérebro, ora dos membros; apareceram-lhe vómitos, no que pareceu a Charles reconhecer os primeiros sintomas de cancro.

E o pobre homem, por cima de tudo aquilo, andava inquieto por falta de dinheiro.





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