Esta visão esplêndida perdurou-lhe na memória como a coisa mais bela que era possível sonhar; de modo que agora ela se esforçava por voltar a ter a mesma sensação, que entretanto sentia, mas de um modo menos intenso, embora com a mesma profunda suavidade. A sua alma, extenuada pelo orgulho, repousava enfim na humildade cristã; e, saboreando o prazer de ser débil, Emma contemplava em si mesma a destruição da própria vontade, que devia dar amplo acolhimento às inundações da graça. Existiam pois, no lugar da ventura, felicidades maiores, um outro amor acima de todos os amores, sem interrnitência nem fim, que crescia eternamente! Entrevia ela, por entre as ilusões da sua esperança, um estado de pureza flutuando acima da Terra, confundindo-se com o Céu, a que aspirava chegar. Quis tornar-se uma santa. Comprou rosários, passou a usar amuletos; desejava ter no quarto, à cabeceira da cama, um relicário engastado de esmeraldas, para o beijar todas as noites.