- Não está ninguém na sua casa!
- O quê?
- Ninguém! E o patrão está a chorar. Chama pelo seu nome. Andam à sua procura.
Emma não respondeu nada. Estava ofegante, relanceando os olhos em torno, enquanto a camponesa, assustada com a fisionomia dela, recuava instintivamente, pensando que estivesse louca. Subitamente levou a mão à testa e soltou um grito, pois lhe passara pela mente a recordação de Rodolphe, como um grande relâmpago numa noite escura. Era tão bom, tão delicado, tão generoso! E, além disso, se ele hesitasse em fazer-lhe este favor, ela bem o saberia constranger relembrando-lhe, num momento apenas, todo o seu amor perdido.
Pôs-se então a caminho da Huchette, sem reparar que corria a entregar-se ao que pouco antes tanto a exasperava, sem sentir a mínima suspeita daquela prostituição.