Sangue Azul - Cap. 18: 6 Pág. 190 / 287

Os Croft conheciam em Bath tanta gente quanto desejavam, e consideravam a sua convivência com os Elliot uma mera questão formal e em nada susceptível de lhes proporcionar qualquer prazer. Tinham trazido consigo o hábito rural de estarem quase sempre juntos. Ele fora aconselhado a caminhar, para afastar a gota, e Mrs. Croft parecia partilhar todas as coisas com o marido e disposta a caminhar o que fosse preciso para lhe fazer bem. Anne via-os aonde quer que fosse. Lady Russell saía com ela na sua carruagem quase todas as manhãs, e Anne nunca deixava de pensar neles nem de os ver. Conhecendo como conhecia os seus sentimentos, o casal representava para ela um quadro de felicidade muito agradável. Observava-os sempre o mais longamente que podia, encantando-se a imaginar que sabia do que poderiam estar a falar, enquanto caminhavam numa independência feliz, ou igualmente encantada por ver o caloroso aperto de mão do almirante quando encontrava algum velho amigo, e observava as suas conversas animadas, quando ocasionalmente formavam um pequeno grupo de homens da Armada, com Mrs. Croft a parecer tão entendida e interessada na matéria como qualquer dos oficiais em seu redor.

Anne estava demasiado comprometida com Lady Russell para poder, pessoalmente, passear a pé com alguma frequência, mas sucedeu que uma manhã, cerca de uma semana ou dez dias depois da chegada dos Croft, lhe conveio deixar a amiga, ou a carruagem da amiga, na parte baixa da cidade e regressar sozinha a Camden-place. Foi então que, ao subir a Milsom-street, teve a sorte de encontrar o almirante. Ele estava parado sozinho, de mãos atrás das costas, defronte da montra de uma loja de estampas, a contemplar atentamente uma gravura qualquer. Anne podia não só ter passado sem ser vista, tão absorto ele estava, como até foi obrigada a tocar-lhe e a dirigir-lhe a palavra, antes de o almirante se dar conta da sua presença.





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