O Mundo Perdido - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 106 / 286

A paz destes lugares não era perturbada por qualquer presença humana.

- Aqui não há índios. Têm muito medo. Curupuri! - disse Gomez.

- Curupuri é o espírito dos bosques-explicou Lorde John. - É com este vocábulo que eles designam os demónios de toda a espécie. Os pobres idiotas acreditam que há algo a temer nesta direcção e evitam segui-la.

No decurso do terceiro dia, tornou-se evidente que a nossa viagem por via aquática estava a chegar ao fim; o rio era, de facto, cada vez menos profundo. Duas vezes numa hora, embatemos no fundo. Finalmente, puxámos as canoas para a margem nas silvas e aí passámos a noite. De manhã, Lorde John e eu fomos fazer uma expedição através da floresta seguindo paralelamente ao rio; como este tinha cada vez menos fundo, voltámos para trás e fizemos o nosso relatório. O Professor Challenger tinha já farejado que havíamos atingido o ponto extremo em que as canoas podiam navegar. Escondemo-las, portanto, nas silvas e cortámos uma árvore à machadada, a fim de assinalarmos o local. Depois dividimos entre nós as diversas cargas (espingardas, munições, víveres, uma tenda, cobertores, etc.) e, com os ombros vergados pela carga, encetámos a mais dura etapa da nossa viagem.

Uma discussão infeliz marcou o início desta etapa. Challenger, desde que se nos juntara, havia distribuído as suas ordens a todo o grupo, com grande descontentamento de Summerlee. Quando atribuiu uma tarefa qualquer ao colega (apenas se tratava de levar um barómetro aneróide) houve uma explosão.





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