O Mundo Perdido - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 123 / 286

Em vão puxámos alguns bocados. Mas soltaram-se pedras mais grossas e ameaçaram rebolar pela encosta e esmagar-nos. Com toda a evidência, o obstáculo estava acima dos nossos meios. Impossível contorná-lo. O caminho seguido por Maple White já não estava utilizável.

Demasiado abatidos para falarmos, descemos a titubear o túnel sombrio, e regressámos ao acampamento.

No entanto, antes de deixarmos o desfiladeiro produziu-se um incidente cuja importância não tardou a verificar-se.

Na base do desfiladeiro onde nos tínhamos reunido, a cerca de quinze metros abaixo da entrada da caverna, um rochedo enorme pôs-se subitamente a rebolar e passou perto de nós com urna força terrível. Esquivámo-nos por muito pouco: teria sido a morte para todos nós! Não pudemos apurar de onde vinha aquele rochedo, mas os nossos mestiços, que tinham permanecido no limiar caverna, disseram-nos que ele também os tinha roçado e que devia, portanto, ter caído do alto. Olhámos o ar e, todavia, não vislumbrámos qualquer sinal de movimento no meio da cintura verde que dominava o escarpamento. Mesmo assim, esta pedra fizera pontaria para nós: no planalto devia, portanto, haver uma humanidade, e muito malévola!

Abandonámos apressadamente a fenda, enquanto reflectíamos nos novos desenvolvimentos do caso e nas suas incidências sobre os nossos planos. A situação já era bastante difícil! Se a obstrução da natureza tinha como aliada uma oposição deliberada do homem, a aventura era desesperada. Contudo, nem um de nós pensou em arrumar as bagagens para regressar a Londres: tínhamos de explorar os mistérios daquele planalto custasse o que custasse!





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