O Mundo Perdido - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 128 / 286

- Não larga facilmente a presa... O único inconveniente é que uma demonstração ocular nos trouxe a prova de que não há canalização para escoar a água.

- Então para onde vai essa água? - obstinei-me.

- Acho que podemos razoavelmente declarar que se ela não se escoa para o exterior, deve correr para o interior.

- Nesse caso existe um lago no centro.

- Também acho isso.

- É mais inverosímil que o lago seja uma antiga cratera - interveio Summerlee. - Toda esta formação é vulcânica. Mas, de qualquer modo, penso que a superfície do planalto está numa encosta inclinada para um lençol de água considerável no centro, que pode escoar-se por uma canalização subterrânea na direcção dos pântanos de Jararaca.

- A menos que a evaporação preserve o equilíbrio - observou Challenger.

Isto permitiu aos dois sábios encetar uma discussão científica tão incompreensível como o chinês.

No sexto dia, tínhamos acabado de dar a volta ao planalto e estávamos novamente no primeiro campo, próximo do pico rochoso isolado. Formávamos um grupo inconsolável! Ter procedido às investigações mais minuciosas e nada descobrir que permitisse a um ser humano escalar aqueles escarpamentos: havia que desesperar!

Que íamos fazer? As reservas de víveres, que as nossas espingardas tinham aumentado notavelmente, ainda eram consideráveis, mas não inesgotáveis. A estação das chuvas iniciar-se-ia dentro de dois meses e o nosso acampamento não resistiria: A rocha era mais dura do que o mármore: como abrir nela um caminho? Nessa noite estávamos lúgubres. Sem mais esperança, estendemos os cobertores para dormir.





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