O Mundo Perdido - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 135 / 286

Sentou-se escarranchado em cima do tronco; as pernas pendiam-lhe de cada lado por cima do abismo; tinha posto um machado ao ombro. Em pouco tempo alcançou o extremo da ponte, pôs-se de pé e agitou os braços no ar.

- Enfim! - gritou. - Enfim!

Observei-o ansiosamente; contava vagamente que um terrível contratempo da sorte se abatesse sobre ele, mas tudo permaneceu calmo. Apenas um pássaro estranho, tingido com várias cores lhe voou debaixo dos pés e desapareceu no meio das árvores.

Summerlee foi o segundo. Sob uma aparência muito frágil, possui uma energia extraordinária. Quis à viva força levar duas espingardas às costas, de tal modo que os dois professores ficaram armados quando ele atravessou a ponte. Eu passei em seguida, procurando não olhar para o abismo que se exibia aberto por baixo de mim. Summerlee estendeu-me o cano da sua espingarda e saltei para o planalto. Quanto a Lorde John, caminhou tranquilamente sobre o tronco deitado, em perfeito equilíbrio, sem ajuda... Este homem deve ter nervos de leão!

Assim nos encontrámos os quatro na terra dos nossos sonhos, o mundo perdido, o planalto descoberto por Maple White. Tivemos a impressão de viver a hora do nosso triunfo pessoal. Quem teria podido adivinhar que nos achávamos à beira do nosso desastre? Deixe-me contar-lhe em poucas palavras como aconteceu a catástrofe.

Havíamos penetrado nos silvados até uns cinquenta metros, quando um estalido terrífico, dilacerante, se produziu atrás de nós. Com um só movimento corremos para o local onde se dera esse barulho: já não havia ponte!





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