O Mundo Perdido - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 169 / 286

O Professor contentou-se em erguer as espessas sobrancelhas: eu já tinha visto mestres-escolas embaraçados reagir do mesmo modo perante a observação impertinente de um mau aluno.

- Talvez o Professor Summerlee tenha uma palavra a dizer? murmurou amavelmente o Professor Challenger.

Então os dois sábios elevaram-se em conjunto ao nível de uma atmosfera científica rarefeita em oxigénio, onde as possibilidades de uma modificação da taxa de nascimentos eram postas em equação com a míngua crescente dos meios de existência.

De manhã fixámos o mapa de uma pequena parte do planalto, tendo o cuidado de evitar o pântano dos pterodáctilos, e conservando-nos a leste do ribeiro e não a oeste. Deste lado, a região era coberta por bosques muito espessos, e o matagal embaraçava consideravelmente a nossa marcha.

Falei até aqui sobretudo dos horrores da Terra de Maple White.

Mas ela não nos apresentava só espectáculos hediondos. Por exemplo, passeámos pelo meio de flores deslumbrantes, a maior parte amarelas ou brancas, e os nossos professores explicaram-nos que o branco e amarelo eram as cores primitivas das flores. Em numerosos sítios, o solo encontrava-se realmente coberto por um tapete formado por elas, no qual nos enterrávamos até aos tornozelos. Em redor zumbiam as nossas abelhas de Inglaterra. Árvores debaixo das quais passávamos tinham ramos curvados pelo peso dos frutos que carregavam: alguns desses frutos eram-nos familiares, outros desconhecidos.





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