O Mundo Perdido - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 175 / 286

Agarrei-me ao ramo e agitei os pés até conseguir fazer passar o busto e, depois, os joelhos. Por cima da minha cabeça havia três excelentes rebentos, dispostos como as travessas de um escadote, depois uma grande quantidade de ramagens, de tal modo que trepei a toda a pressa: não tardei a perder de vista o solo, de que me achava separado por uma cortina de folhagem. Por duas ou três vezes tive de vencer algumas dificuldades; designadamente tive de trepar durante três bons metros à força dos braços e das pernas, mas progredi e o trovão da voz de Challenger já só me chegava muito enfraquecido. A árvore era realmente imensa; eu bem olhava para o ar, mas continuava a não avistar qualquer abertura na folhagem. Encontrei-me diante de uma espécie de moita espessa que me pareceu ser uma planta parasita na ramada em que me agitava. Voltei a cabeça para ver o que havia por detrás dessa moita, e, perante o que avistei, quase caí da árvore.

A trinta ou quarenta centímetros da minha cabeça, um rosto contemplava-me. A criatura a quem ele pertencia estava acocorada atrás da planta parasita e tinha voltado a cabeça ao mesmo tempo que eu.

Era uma cara humana... ou pelo menos parecia-se mais com uma cara de homem do que com qualquer fácies de macaco. Era alongada, esbranquiçada, salpicada de pústulas, com um nariz achatado, um maxilar inferior proeminente, e algo como patilhas à volta do queixo Os olhos, por baixo de sobrancelhas espessas e pesadas, tinham um aspecto bestial e feroz.





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