O Mundo Perdido - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 186 / 286

Acocorei-me no meio das moitas, porque uma experiência recente tinha-me ensinado que um simples grito daquele bruto reunia uma centena dos seus congéneres malditos. Esperei que se afastasse para prosseguir a minha marcha em frente.

A noite até aqui fora extremamente calma, mas não tardei a ouvir algures à minha frente um grunhido abafado, um murmúrio contínuo. Quanto mais avançava, mais o ruído aumentava de intensidade. Quando parava, ele não cessava e permanecia constante: parecia, pois, provir de uma fonte imóvel. Tentei encontrar-lhe um paralelismo: talvez uma caçarola em ebulição... Depressa descobri do que se tratava. No meio de uma clareira dei com um lago ou, antes, um tanque, porque não era maior que o lago da fonte de Trafalgar Square; mas a matéria que continha era negra, negra como pez, e a sua superfície soerguia-se, depois voltava a descer com a forma de grandes bolhas de gás que estoiravam. No espaço, o ar cintilava com o calor e, em toda a minha volta, a terra estava ardente: nem sequer podia assentar nela uma mão. Era notório que a grande explosão vulcânica, que sobreelevara este singular planalto, havia tanto tempo não tinha esgotado de todo as suas forças. Rochas enegrecidas e montões de lava tinham-nos aparecido multas vezes no meio da vegetação luxuriante; mas este mar de alcatrão na selva era o primeiro sintoma que possuíamos de persistência da actividade da antiga cratera nas encostas. Não dispunha de tempo para a examinar mais atentamente porque devia apressar-me para chegar logo ao alvorecer no acampamento.





Os capítulos deste livro