O Mundo Perdido - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 205 / 286

Por minha fé, preferiria que continuasse a faltar! Levaram o camarada que eu apenas ferira e que sangrava como um porco e, depois, sentaram-se à nossa volta. Verdadeiras caras de assassinos! E fortalhaços: tão altos como um homem, mas mais fortes! Têm curiosos olhos de um cinzento vítreo sob tufos vermelhos. Estavam sentados e divertiam-se! Challenger não tem um coração de frango mas ali arvorava um ar lamentável. Apesar disso pôs-se de pé e gritou-lhes que se calassem. Julgo que tinha perdido um pouco a cabeça, porque entrou num furor terrível e injuriou-os... como se fossem vulgares jornalistas!

- E a seguir? Que fizeram eles?

Sentia-me cativado por esta história extraordinária que me sussurrava ao ouvido o meu companheiro, cujos olhos vivos não paravam de devassar os arredores. Tinha mantido a mão na espingarda carregada.

- Julgava que era o fim de tudo, mas não! Foi simplesmente o início de um novo ambiente. Tagarelavam todos juntos, discutiam ... Depois um deles foi colocar-se ao lado de Challenger. Pode sorrir, bebé, mas, palavra de honra, dir-se-iam dois primos germanos: se não tivesse visto não teria acreditado! O idoso homem macaco (o chefe) era uma espécie de Challenger vermelho, a quem não faltava nenhum dos sinais distintivos da beleza do nosso ilustre camarada: tinha-os mais vincados e era tudo! Um corpo curto, ombros largos, busto redondo, sem pescoço, uma grande barba vermelha, sobrancelhas eriçadas em tufos, nos olhos o "O que é que tem com isto? Vá para o diabo!», em suma, todo o repertório.





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