O Mundo Perdido - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 22 / 286

O comentário que caiu dos lábios de Tarp Henry foi breve:

- Existe um novo produto, a cuticura ou coisa assim, que é mais eficaz do que a arnica.

Os jornalistas possuem, na verdade, um sentido extraordinário de humor!

Eram perto das dez e meia quando a carta me foi entregue, mas um táxi fez-me chegar à hora marcada ao encontro. Deixou-me em frente de uma imponente casa com pórtico; janelas com cortinas pesadas defendiam o professor da curiosidade pública; todo o exterior indicava uma opulência segura.

A porta foi-me aberta por um personagem estranho de tez trigueira, sem idade definida; vestia um casaco preto de piloto e polainas de coiro animal. Descobri mais tarde que servia de motorista mas que, igualmente, preenchia as vagas da sucessão de mordomos muito efémeros. O seu olhar azul-claro, inquisidor a mais não poder ser,' encarou-me.

- Convocado? - perguntou-me.

- Um encontro.

- Traz a sua carta?

Mostrei-lhe o sobrescrito.

- Está bem!

Parecia avaro de palavras. Acompanhei-o pelo corredor, mas fui assaltado por uma mulher baixinha que surgiu da porta da casa de jantar. Era viva e dinâmica, tinha olhos negros, mais parecida com o tipo francês do que com o tipo inglês.

- Um momento! - disse ela. - Espere, Austin. Passe por aqui, senhor. Posso perguntar-lhe se já se encontrou alguma Vez com o meu marido?

- Não, minha senhora, ainda não tive essa honra.

- Então apresento-lhe desculpas antecipadas. Devo preveni-lo de que é um personagem perfeitamente impossível... absolutamente impossível!





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