O Mundo Perdido - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 232 / 286

Pareceu-nos que os indígenas trilhavam a senda da guerra, porque todos eles estavam armados com uma lança (um bambu comprido terminado por um osso pontiagudo), um arco e flechas, e uma espécie de moca ou de machado de pedra que levavam à cintura. Fitavam com cólera os bosques de onde viéramos e repetiam incessantemente «Doda». Por certo aquela era uma tropa de reforço destinada a salvar ou a vingar o filho do velho chefe, porque tudo deixava supor que o jovem era filho do velho que reinava na tribo. Esta reuniu logo o conselho, todos sentados em círculo. Observávamos aqueles índios procurando acompanhar os seus debates. Dois ou três guerreiros falaram, depois o nosso jovem amigo improvisou uma arenga inflamada, com tais entonações e tais gestos que o compreendemos tão facilmente como se se tivesse exprimido na nossa língua.

- Porquê voltar lá para baixo? - disse ele. - Porque mais tarde ou mais cedo a coisa terá de ser feita. Os vossos camaradas foram assassinados. Que importa se eu voltei são e salvo? Os outros foram mortos. Não existe segurança para nenhum de nós. Estamos aqui reunidos e prontos...

Apontou para nós eloquentemente:

- Estes estrangeiros são nossos amigos. São grandes soldados e odeiam os homens-macacos tanto como nós. Comandam o trovão e o relâmpago. Quando teremos, pois, uma melhor oportunidade? Vamos e saibamos morrer já ou viver para um futuro tranquilo. De outro modo como tornaríamos a ver as nossas mulheres sem corarmos?





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