O Mundo Perdido - Cap. 16: Capítulo 16 Pág. 254 / 286

- Pode abandonar de imediato tal esperança - declarou Summerlee com grande persuasão. - Nada no mundo me persuadiria a combater tamanha imbecilidade! Lorde John, espero que não vá encorajar esta loucura...

- Largamente engenhoso! - disse o nosso par. - Gostaria imenso de ver como funciona esta máquina.

- Vai ver! - disse Challenger. - Desde há alguns dias concentrei todo o meu cérebro no problema da nossa descida. Está fora de questão podermos realizá-la por alpinismo ou por intermédio de um túnel. Somos igualmente incapazes de construir uma ponte que nos ligue ao pico rochoso de onde partimos. Que meio nos resta, então? Eu tinha recentemente chamado a atenção do nosso jovem amigo para o hidrogénio livre emitido pelo géiser. Muito naturalmente ocorreu-me a ideia de um balão. Fiquei, confesso, embaraçado com a dificuldade de descobrir um invólucro capaz de conter um gás, mas a contemplação das imensas entranhas destes répteis forneceu-me a solução do problema. Olhem para o resultado!

Colocou uma mão no peito vestido com farrapos e, com a outra, apontou-nos orgulhosamente o saco de gás que adquirira uma rotundidade confortável e puxava fortemente as amarras.

-- Apanhou muito sol na cabeça! - zombou Summerlee. Lorde John estava encantado:

- Nada estúpido este velhote, hem? - sussurrou-me ao ouvido. - E a barquinha? - perguntou em voz alta.

- A barquinha será o objecto do meu próximo trabalho - respondeu Challenger. - Mas já previ como construí-la e prendê-la.





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