O Mundo Perdido - Cap. 17: Capítulo 17 Pág. 279 / 286

Durante alguns instantes chegou a temer-se um pânico enlouquecido. O Professor Challenger levantou as mãos para apaziguar a emoção, mas o seu gesto alarmou o animal que se mantivera a seu lado. O xaile estranho abriu-se, desdobrou-se, estendeu-se e bateu como um par de asas de couro. O seu proprietário quis segurá-lo pelas patas mas demasiadamente tarde. O animal tinha voado do seu poleiro e descrevia lentos círculos por cima da sala batendo as asas (três metros e meio de envergadura), enquanto se espalhava um odor pútrido, insinuante. Os gritos dos espectadores das galerias, enlouquecidos pela proximidade daqueles olhos ardentes e do bico mortífero, excitaram o animal e enfureceram-no. Voava cada vez mais depressa, esbarrava nas paredes e nos candelabros. “A janela”, berrou do estrado o professor, que saltava de um pé para o outro e torcia as mãos cheio de apreensão. "Pelo amor de Deus, fechem a janela!". Infelizmente o seu aviso chegou tarde de mais! Num segundo, o enorme animal que fazia ricochete na parede como uma borboleta numa manga de gás, ficou em frente da abertura, encarquilhou através da janela a sua massa espessa e desapareceu. O Professor Challenger deixou-se cair na cadeira, com o rosto escondido nas mãos; mas a assistência soltou um demorado suspiro de alívio quando se apercebeu de que todo o perigo estava afastado.»

"E então... Oh! Como descrever o que sucedeu? Toda a exuberância da maioria e toda a reserva da minoria se uniram fundiram numa única grande vaga de entusiasmo, que se originou no fundo do Hall, engrossou de fila para fila, rebentou sobre a orquestra, submergiu o estrado e arrastou sobre a sua crista espumosa os nossos quatro heróis...»

(Um bom ponto para si, Mac! Muito lhe será perdoado por causa disto.)





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