O Mundo Perdido - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 48 / 286

Para ser completamente franco, concedo que o meu entusiasmo profissional de jornalista era mais forte do que o meu entusiasmo de sábio amador. Prossegui:

- É colossal! O senhor é o Cristóvão Colombo da ciência!

Descobriu um mundo perdido! Sinto-me realmente desolado por lhe ter dado a impressão de estar céptico. Mas era de tal maneira incrível! Mesmo assim, sou capaz de compreender uma prova quando a vejo, e não devo ser o único no mundo!

O professor ronronou de satisfação. - ... Mas depois, senhor, o que fez?

- Era a época das chuvas, Mr. Malone, e as minhas provisões achavam-se esgotadas. Explorei uma parte dessa falésia enorme. Mas não descobri qualquer meio de escalá-la. O pico piramidal onde tinha visto e abatido o pterodáctilo era absolutamente inacessível. Como pratiquei muito alpinismo consegui, apesar de tudo, chegar a meia altura; daí tive uma vista mais precisa da planície que se estende no cume do escarpamento; pareceu-me imensa: nem para Leste nem para Oeste pude ver o fim desta linha encimada por verdura. Por baixo, é uma região pantanosa, uma selva cheia de serpentes, de insectos, de febres: uma cintura de protecção natural para esta região singular.

- Avistou outros vestígios de vida?

- Não, senhor, não vi mais nenhum. Mas durante toda a semana em que estivemos acampados na base desta planície, ouvimos por cima das nossas cabeças ruídos muito estranhos.

- E essa criatura desenhada pelo americano?... Como é que a explica?...

- Apenas podemos supor que ele deve ter alcançado o cume e que viu lá de cima.





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