- Mas o poeta americano?
- Nunca existiu!
- Vi o seu álbum com desenhos.
- É o álbum de desenhos de Challenger.
- Julga que desenhou aquele animal?
- Naturalmente! Quem mais o teria feito?
- Mesmo assim, as fotografias...
- Não havia nada nas fotografias. Segundo as suas próprias palavras, apenas lá viu um pássaro. - Um pterodáctilo!
- É o que ele diz! Meteu-lhe um pterodáctilo na ideia.
- E então os ossos?
- O primeiro tirou-o de um guisado de carneiro. O segundo preparou-o grosseiramente, na ocasião. Por pouco inteligente que seja, desde que se conheça a coisa, pode-se fazer tão facilmente truncagem com um osso como com a fotografia.
Começava a sentir-me pouco à vontade. Afinal, talvez tivesse dado prematuramente o meu acordo...
- Vai à conferência? - perguntei à queima roupa a Tarp Henry.
O meu companheiro reflectiu:
- Esse genial Challenger não é muito popular! - respondeu. - Muita gente tem contas a ajustar com ele. É, sem dúvida, o homem mais detestado de Londres. Se os estudantes de Medicina se envolvem no caso será uma confusão infernal. Não sinto vontade nenhuma de me ver metido numa cova de ursos!
- Poderia, ao menos, ter a imparcialidade de ouvi-lo expor pessoalmente o seu caso!
- Sim... isso seria muito justo... Muito bem! Sou o seu homem. Quando chegámos ao hall ficámos surpreendidos com a multidão que ali se comprimia.