O Mundo Perdido - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 77 / 286

A América do Sul, eis um continente que adoro! Se seguir em linha recta, de Darién a Fuego, é a terra mais maravilhosa, mais grandiosa, mais rica do planeta. As pessoas daqui ainda não a conhecem e nem compreendem no que ela pode tornar-se. Já lá fui e voltei; entretanto passei lá duas estações secas, como lhe disse quando falei na minha guerra aos mercadores de escravos. Ora bem, quando lá estava, ouvi histórias análogas. Lérias de índios? Gostaria, mas mesmo assim há com que os patrocinar. Quanto mais se avança no conhecimento desta região, bebé, melhor se entende que tudo é possível: tudo! Pode atravessar-se, e 'atravessam-se, alguns braços estreitos de rio; fora disto, é a escuridão. Agora ali, no Mato Grosso...

Passeou o charuto por cima de uma região do mapa.

-... Ou aqui, neste canto em que três países se juntam, nada me surpreenderia. Aquele tipo disse há pouco: existem milhares de quilómetros de vias de água através de uma floresta pouco mais ou menos tão grande como a Europa. Você e eu poderíamos encontrar-nos tão afastados um do outro como da Escócia a Constantinopla e, no entanto, estaríamos ambos juntos na mesma grande floresta brasileira. No seio deste labirinto, o homem mal fez uma pista aqui e uma busca além. Porque não se ocultaria lá algo de novo e de maravilhoso? E porque não seríamos os homens que o descobrirão? E depois...

Uma alegria iluminava-lhe o rosto excitado quando acrescentou: -... Cada quilómetro representa um risco desportivo. Sou como uma velha bola de golfe: há muito tempo que a pintura branca se sumiu.





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