O Mundo Perdido - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 78 / 286

A vida pode infligir golpes: eles não deixarão marcas. Mas um risco desportivo, bebé, isso é o sal da existência. Só então se torna bom viver. Todos nós estamos em vias de nos tornarmos moles, espessos, bolas de unto. Dê-me espaços vastos, com uma espingarda e a esperança de descobrir algo que valha a pena! Experimentei tudo: a guerra, o corta-mato, o avião, mas esta caça a animais selvagens que parecem saídos de um sonho depois de um belo almoço, isso constitui uma sensação nova!

Rejubilava.

Talvez me tenha alongado demasiadamente sobre esta nova amizade, mas que havia de fazer! Lorde John Roxton não ia ser o meu companheiro numa longa aventura? Procurei descrevê-lo tal como o vi pela primeira vez sem lhe alterar a personalidade pitoresca e a estranha maneira de pensar e de falar.

Foi unicamente a necessidade em que me encontrava de fazer o relato da reunião que me obrigou, cerca da meia-noite, a fugir à sua companhia. Deixei-o sentado debaixo da luz encarniçada: tinha-se posto a olear a sua espingarda favorita enquanto continuava a cacarejar de alegria diante das aventuras que nos aguardavam. Para mim era, em todo o caso, c/aro que se surgissem perigos na nossa rota, não encontraria em toda a Inglaterra para partilhá-los uma cabeça mais fria e um coração mais corajoso.

Mas bem podia estar estafado com este dia maravilhoso porque tinha ainda de falar a McArdle, o meu redactor-chefe. Sentei-me à sua frente e procurei explicar-lhe todo o caso.





Os capítulos deste livro