O Mundo Perdido - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 88 / 286

Porque é que este velho Challenger não teria razão?

Perante um desafio tão directo, as risadas do Professor Summerlee reapareceram; ao abrigo de uma nuvem compacta de fumo de cachimbo, notava-se uma cabeça sardónica sacudida por acessos de negação.

E chega, por agora, acerca dos meus dois companheiros brancos: os seus carácteres, os seus recursos afirmar-se-ão no decorrer da minha narrativa; e também o meu temperamento e as minhas próprias capacidades. Mas alistámos gente que talvez represente um grande papel no futuro. Primeiro um negro gigantesco chamado Zambo: um Hércules preto, tão cheio de boa vontade como um cavalo e quase tão inteligente. Alistámo-lo em Pará por recomendação da companhia marítima: tinha servido nos seus vapores onde aprendera um inglês hesitante.

Foi igualmente em Pará que contratámos Gomez e Manuel, dois mestiços originários da parte superior do rio e que acabavam de descê-lo com um carregamento de madeira. Eram dois matulões de tez terrosa, barbudos e ferozes, tão activos e nervosos como panteras. Viviam na região superior da Amazónia que devíamos justamente explorar, o que decidiu Lorde John Roxton a admiti-los. Um deles, Gomez, apresentava a vantagem de falar um inglês excelente.

Estes homens deviam servir-nos como criados pessoais: remariam, cozinhariam, prestariam todos os serviços que pudéssemos esperar de uma remuneração mensal de quinze dólares. Contratamos ainda três índios Mojo da Bolívia, muito hábeis na pesca e na navegação. O seu chefe foi baptizado por nós Mojo, conforme a sua tribo, e os outros receberam o nome de José e Fernando.





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