O Mundo Perdido - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 89 / 286

Portanto, três brancos, dois mestiços, um negro e três índios constituíam o pessoal da pequena expedição que aguardava receber em Manaus instruções antes de proceder à sua singular investigação.

Por fim, após uma semana pesada, chegaram o dia e a hora marcados. Peço-lhe que imagine o salão umbroso da fazenda Santo Inácio, a três quilómetros de Manaus no interior das terras. No exterior brilha o Sol em todo o seu resplendor dourado: as sombras das palmeiras são tão negras e nítidas como as próprias árvores: O ar é calmo, cheio do sempiterno zumbido dos insectos, cor? tropical que se estende sobre várias oitavas, desde o profundo zunido da abelha até ao assobio agudo do mosquito. Para lá da varanda fica um jardinzinho arroteado, cercado por sebes de cactos e decorado com bosquetes de arbustos com flores; em redor destas voam borboletas azuis; os minúsculos pássaros-moscas batem asas e deslocam-se como traços luminosos. No salão estamos sentados a uma mesa de junco ou, antes, em frente de um sobrescrito lacrado que se acha em cima dela. A escrita farpada do Professor Challenger exibe-se com estas palavras:

Instruções para Lorde John Roxton e o seu grupo. Para abrir em Manaus, no dia 15 de Julho, ao meio-dia em ponto.

Lorde John tinha posto o relógio em cima da mesa, a seu lado. - Faltam ainda sete minutos! - disse. - Este querido velho gosta da precisão.

O Professor Summerlee fez um sorriso acidulado. Pegou no sobrescrito.

- O que é que faria se o abríssemos agora e não daqui a sete minutos? - perguntou. - Encontramo-nos diante de um novo absurdo, o charlatanismo habitual pelo qual o seu autor, lamento dize-lo, e reputado.





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