- Ó meu filho! - exclamou Ricardina - torna a dizer... diz... que a minha cabeça está perdida...
- Pois aí está! O que eu pretendo e suplico é que a minha mãe me escute com serenidade. O que eu lhe disse não é necessário repetir-lho...
- Sim... - redarguiu a mãe - , entendi que o teu pai não morreu então; mas ficou ferido... e morreu depois...
- Agora morreu! - exclamou Norberto. - O ferimento não prestava pra nada.
- Não morreu?! - disse alheada a mãe de Alexandre.
- Não, minha mãe.
- Jesus!... Eu não entendo o que me dizem... que é, meu filho, que é o que vais dizer-me?
- Que o meu pai...
- Sim...
- Pode ser que ainda viva.
- Aonde? Meu Deus, aonde? - exclamou ela descaindo do sofá ao tapete, em joelhos com as mãos postas.
- É isso que nós vamos averiguar, ajudados pelas diligências do nosso amigo Norberto. O meu pai, depois que recebeu a falsa nova da sua morta, foi para África, e lá ficou, e lá estava há pouco tempo.
- Quem o viu? - bradou Ricardina.
- Fui eu, fidalga - disse Norberto.
- Viste-o!... Viste-o, Norberto! - gritou ela abraçando-se arrebatadamente no velho.