A Origem das Espécies - Cap. 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL Pág. 125 / 524

Por exemplo, descobri que uma porção de relva, com uma área de 90 por 120 centímetros, que durante muitos anos fora exposta exactamente às mesmas condições, sustentava 20 espécies de plantas, e estas pertenciam a 18 géneros e a oito ordens, o que mostra a que ponto estas plantas diferiam umas das outras. O mesmo acontece com as plantas e insectos em pequenas ilhotas uniformes, bem como em pequenos lagos de água doce. Os agricultores constatam que podem obter mais alimentos cultivando alternadamente plantas pertencentes às ordens mais dissemelhantes: a natureza segue aquilo a que se pode chamar «rotatividade simultânea». Maioritariamente, os animais e plantas que vivem em proximidade na periferia de qualquer terreno de dimensões reduzidas, podiam viver nele (supondo que a sua natureza não seria de alguma maneira peculiar), e pode-se considerar que se esforçam ao máximo para aí viver; mas vê-se que, onde se combatem uns aos outros da forma mais vigorosa, as vantagens da diversificação de estrutura, com as concomitantes diferenças de hábito e constituição, determinam que os habitantes, que assim competem acerrimamente uns com os outros, pertencem, regra geral, ao que chamamos «géneros» e «ordens» diferentes.

Observa-se o mesmo princípio na naturalização das plantas por meio da acção humana em países estrangeiros. Seria talvez de esperar que as plantas que conseguiram naturalizar-se em qualquer região fossem em geral intimamente próximas às indígenas; pois é comum encarar-se estas como especialmente criadas e adaptadas à sua própria região. Seria também de esperar, talvez, que as plantas naturaliza das pertencessem a alguns grupos mais especialmente adaptados a certos locais nos seus novos ambientes. Mas o caso é muito diferente; e Alph.





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