A Origem das Espécies - Cap. 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL Pág. 133 / 524

Há que recordar, pois, que a competição será em geral mais dura entre aquelas formas que são mais intimamente próximas em hábitos, constituição e estrutura. Por esta razão, todas as formas intermédias aos estados iniciais e posteriores, isto é, as que se situam entre o estado menos aperfeiçoado e o estado mais aperfeiçoado de uma espécie, e a própria espécie antecessora original, tenderão geralmente a extinguir-se. É provável que o mesmo suceda com muitas linhas colaterais de descendência, que serão conquistadas por linhas de descendência posteriores e aperfeiçoadas. Se, todavia, a prole modificada de uma espécie entra numa região distinta, ou se se adapta rapidamente a um local completamente novo, onde não há competição entre cria e progenitor, ambas podem continuar a existir.

Pressupondo então que o nosso diagrama representa uma quantidade considerável de modificação, a espécie A e todas as variedades primitivas ter-se-ão extinguido, sendo substituídas por oito novas espécies (a14 a m14); e I terá sido substituída por seis (n14 a z14) novas espécies.

Mas podemos avançar mais do que isto. As espécies originais deste nosso género deviam assemelhar-se umas às outras em graus desiguais, como geralmente sucede na natureza; tendo a espécie A um grau de parentesco maior com B, C e D do que com as outras espécies; e tendo a espécie I um grau de parentesco maior com G, H, K e L do que com as outras. Estas duas espécies, A e I, seriam também supostamente espécies muito comuns e amplamente distribuídas, pelo que deveriam ter originalmente alguma vantagem sobre a maioria das outras espécies do género em causa. Os seus descendentes modificados, em número de





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