A Origem das Espécies - Cap. 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL Pág. 135 / 524

As seis descendentes de I formarão dois subgéneros ou mesmo géneros. Mas como a espécie original I diferia bastante de A, situando-se as duas quase nos extremos opostos do género original, as seis descendentes de I, devido à hereditariedade, diferirão consideravelmente das oito descendentes de A; os dois grupos, além disso, deveriam continuar a divergir em direcções opostas. As espécies intermédias que, de resto (e esta é uma consideração muito importante), ligavam as espécies originais A e I, extinguiram-se na totalidade, à excepção de F, e não deixaram descendentes. Pelo que as seis novas espécies descendentes de I e as oito descendentes de A terão de ser classificadas como géneros muito distintos, ou mesmo como subfamílias distintas.

Assim se produzem, segundo creio, dois ou mais géneros por descendência, com modificação, a partir de duas ou mais espécies do mesmo género. E as duas ou mais espécies antecessoras supostamente descendem por sua vez de uma espécie pertencente a um género anterior. No nosso diagrama isto é indicado pelas linhas quebradas, sob as letras maiúsculas, convergindo em sub-ramificações, descendo até chegar a um único ponto; representando este uma única espécie, a suposta antecessora única dos nossos diversos novos géneros e subgéneros.

Vale a pena reflectir um pouco no carácter da nova espécie F14, que supostamente não divergiu muito em carácter mas preservou a forma de F, ou inalterada ou alterada apenas ligeiramente. Neste caso, as suas afinidades com as outras 14 novas espécies serão de uma natureza curiosa e sinuosa. Tendo esta descendido de uma forma entre as duas espécies antecessoras, A e I, agora supostamente extintas e desconhecidas, será intermédia em carácter aos dois grupos de descendentes destas espécies.





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