A Origem das Espécies - Cap. 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA Pág. 189 / 524

variáveis, mas, em grande medida, da presença de outras espécies, das quais dependem, pelas quais são destruídas ou com as quais entram em competição; e como estas espécies são já objectos definidos (seja como for que se tenham tornado assim), não se misturando entre si por gradações imperceptíveis, a distribuição de qualquer espécie, dada a sua dependência perante a distribuição de outras, tenderá a ser nitidamente definida. Além disso, cada espécie nos limites da sua distribuição, onde existe em menor número, será, durante as oscilações no número dos seus inimigos ou da sua presa, ou nas estações, extremamente susceptível ao extermínio completo; e assim a sua distribuição geográfica tornar-se-á ainda mais nitidamente definida.

Se tenho razão em acreditar que as espécies próximas ou representativas, quando habitam uma área contínua, se encontram geralmente distribuídas, de tal modo que cada uma tem uma distribuição ampla, separadas por um território neutro comparativamente estreito, no qual se tornam de uma maneira um tanto abrupta cada vez mais raras; então, como as variedades não diferem essencialmente das espécies, a mesma regra provavelmente aplicar-se-á a ambas; e se adaptamos imaginariamente uma espécie variante a uma área muito grande, teremos de adaptar duas variedades a duas grandes áreas e uma terceira variedade a uma zona intermédia estreita. A variedade intermédia, consequentemente, existirá em menor número por habitar uma área estreita e menor; e praticamente, tanto quanto consigo distinguir, esta regra verifica-se nas variedades em estado de natureza. Deparei-me com exemplos impressionantes da regra no caso de variedades intermédias a variedades bem marca das no género das cracas. E, a julgar pela informação que me deram o Sr.





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