Uma noite, visitei outra comunidade de F. sanguinea e descobri uma série destas formigas a entrar no seu ninho, transportando cadáveres de F. fusca (mostrando que não se tratava de uma migração) e numerosas pupas. Segui a fila que regressava carregada com o saque, aproximadamente 36 metros, até um zona de vegetação muito densa, de onde vi emergir o último indivíduo da F. sanguinea, carregando uma pupa; mas não conseguia encontrar o ninho devastado no espesso matagal. O ninho, todavia, tinha de estar próximo, pois dois ou três indivíduos de F. fusca corriam de um lado para o outro na maior agitação e uma estava empoleirada, imóvel, com a sua própria pupa na boca, em cima de um ramo de urze sobre o seu lar devastado.
São estes os factos, ainda que não precisassem da minha confirmação, a respeito do prodigioso instinto escravizador. Permita-se observar como os hábitos instintivos da F. sanguinea contrastam com os da F. rufescens. A última não constrói o seu próprio ninho, não determina as suas próprias migrações, não recolhe alimento para si própria ou para as suas crias e não consegue mesmo alimentar-se a si própria: é absolutamente dependente das suas numerosas escravas.