A Origem das Espécies - Cap. 11: CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS Pág. 356 / 524

Vejamos agora a que ponto estes diversos factos e inferências se harmonizam com a teoria da descendência com modificação. Como o tema é algo complexo, tenho de pedir ao leitor que volte ao diagrama no Capítulo IV. Podemos supor que as letras numeradas representam géneros e as linhas pontilhadas que divergem a partir delas representam as espécies em cada género. O diagrama é demasiado simples, apresentando pouquíssimos géneros e pouquíssimas espécies, mas isto é irrelevante para nós. As linhas horizontais podem representar formações geológicas sucessivas, e podem-se considerar extintas todas as formas abaixo da linha superior. Os três géneros existentes, a14, q14, p14, formarão uma pequena família; b14 e f14 uma família intimamente próxima ou subfamília; o14, e14, m14 uma terceira família. Estas três famílias, juntamente com os muitos géneros extintos nas diversas linhas de descendência que divergem a partir da forma antecessora A, formarão uma ordem; pois todas terão herdado algo em comum do seu progenitor antigo comum. Segundo o princípio da tendência contínua para a divergência de carácter, previamente ilustrado por este diagrama, quanto mais recente uma forma é, mais geralmente diferirá do seu progenitor antigo. Podemos, portanto, compreender a regra segundo a qual os fósseis mais antigos são os que mais diferem das formas existentes. Não podemos, todavia, pressupor que a divergência de carácter é uma contingência necessária; depende unicamente de os descendentes de uma espécie se tornarem assim capazes de se apoderar de muitos espaços diferentes na economia da natureza. É portanto





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