A Sr." Bovary retomou o braço de Rodolphe; este continuou, como se estivesse falando para si próprio:
- Sim! faltou-me tanta coisa! Sempre só! Ah!, se eu tivesse tido um objectivo na minha vida, se houvesse encontrado uma afeição, se tivesse achado alguém... Oh!, como teria utilizado toda a energia de que sou capaz, como teria suplantado tudo, vencido tudo!
- No entanto, a minha impressão - replicou Emma - é a de que não tem muito de que se queixar.
- Acha isso? - disse Rodolphe,
- Porque, enfim... - prosseguiu ela -, o senhor é livre.
E acrescentou, depois de hesitar:
- Rico.
- Não faça pouco de mim - respondeu Rodolphe.
E, quando ela jurava que não estava a divertir-se à custa dele, ouviu-se um tiro de canhão; no mesmo instante, as pessoas começaram a correr, em confusão, para a vila.
Fora um alerta falso. O prefeito não chegara ainda; e os membros do júri encontravam-se em grande embaraço, sem saber se haviam de começar a cerimônia ou continuar à espera.
Finalmente, ao fundo da praça, apareceu uma grande carruagem de aluguer, tirada por dois cavalos magros, fustigados, ora de um lado ora do outro, por um cocheiro de chapéu branco.